Pular para o conteúdo principal

Renascimento na Europa

O Renascimento inspirou-se na cultura greco-romana e se estendeu do século XIV até o século XVI, podendo ser caracterizado como um movimento não-eclesiástica, científica e racional. Esta política rejeitava os valores feudais e consideravam o período medieval como a ‘Idade das Trevas’. No entanto, não podemos dizer que o Renascimento foi apenas o ‘renascer’ dos valores que existiam da Antiguidade Clássica, mas também o abandono de elementos medievais e do resgate da cultura greco-romano.
O humanismo é considerado o elemento central do Renascimento, já que ele valorizava o ser humano, como se fosse uma criação de Deus privilegiada. Dessa maneira, acaba surgindo nesse contexto o antropocentrismo renascentista, que pregava a ideia de que o homem estava localizado no centro de todo o universo, ideia que se opõe ao teocentrismo medieval, que pregava Deus via o homem como um ser facilmente corrompido pelo pecado, um ser inferior e Deus era o centro de todas as coisas.
Na época do Renascimento, conhecido como renascentista, o homem era visto e valorizado como um ser racional, o que significa dizer que ele é dotado de razão, um dom considerado divino e por este motivo capaz de conhecer e de interpretar a natureza. O homem se aproximava de Deus por meio de sua genialidade e de sua criatividade, características que acabavam lhe davam a semelhança e a imagem do Criador, possibilitando também que ele emergisse das trevas da sujeição escolástica para que pudesse exercer sua verdadeira humanidade.
Também fazem parte do movimento renascentista o neoplatonismo, o hedonismo e o naturalismo. Enquanto o hedonista prega como único bem possível o prazer de maneira individual, o neoplatonismo acaba defendendo uma aproximação com Deus por meio de uma busca interior e espiritual, uma espécie de elevação do espírito. Por sua vez, o naturalismo prega a volta para a natureza.
O movimento renascentista nasceu e também atingiu seu ápice de expressividade na Itália. Vale lembrar que foi na Itália que o desenvolvimento burguês e comercial foi mais precoce. A riqueza dessa região também possibilitou o surgimento dos mecenas, indivíduos ricos que estavam em busca de promoção pessoal e patrocinavam produções cientificas e artísticas.
Os artistas do Renascimento também eram inspirados com os vestígios materiais que restavam da antiga civilização da Itália. Então, os sábios bizantinos, que estavam fugindo depois da queda de Constantinopla por causa da pressão dos turcos-otomanos e que eram herdeiros das tradições clássicas romanas e gregas, foram atraídos pela riqueza das cidades da Itália.
Na Itália, a consolidação do Renascimento ocorreu no século XIV, período que ficou conhecido como Trecento, que em português significa trezentos. O apogeu aconteceu no período chamado de Cinquecento, ‘quinhentos’, que ocorreu no século XVI.
As expressões de arte do Renascimento, que eram fundadas no estudo do espírito crítico, da natureza e do homem, as áreas da astronomia, da biologia, da física e da matemática acabaram se desdobrando no desenvolvimento da ciência. A teoria heliocêntrica, que pregava que o Sol era o centro do universo, acabou conseguindo aceitação, contrariando dessa maneira as concepções geocêntricas que a igreja defendia.
Na divulgação desse novo tipo de ideia destacaram-se Giordano Bruno, Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Giordano Bruno e Galileu acabaram sendo julgados e condenados por defenderem teses que a igreja considerava heréticas. Bruno inclusive foi queimado vivo pela inquisição. Johannes Kepler e Tycho Brahe, foram outros nomes que se destacaram nesse período.
Em suma, podemos dizer que o Renascimento Científico significou a retirada da natureza das mãos da igreja e do monopólio de explicação do mundo, que predominava no período medieval. Além disso, essa nova política abriu caminho para uma ciência livre e leiga de dogmas e de limitações. Nela, o mais importante a se considerar eram as novas concepções que foram herdadas de uma tradição totalmente religiosa baseada na fé e não somente no aspecto científico.
Em seguida, a Contra Reforma e a Reforma Protestante acabariam com as novas concepções científicas e as novas buscas, sem que a expansão fosse impedida. O misticismo e a escolástica foram de vez abolidos e abriu-se caminho para o estabelecimento do empirismo cientifico dos séculos XVII e XVIII.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pré história

As origens do "homem" na Terra são balizadas por duas teorias, a evolucionista e a criacionista, ambas tratam do desenvolvimento histórico do ser humano até o Homo Sapiens Sapiens. No evolucionismo pode se   dividir a Pré-História em três períodos, de acordo principalmente com os tipos de ferramentas utilizados pelas pessoas da época: o período Paleolítico (até 10000 a.C.) e o período Neolítico (10000-4000 a.C.) e Idade dos Metais. Nesses períodos são instrumentos ou ferramentas utilizados pra sobrevivência que caracterizam cada um, o Paleolítico ( idade da pedra lascada) e o Neolítico (idade da pedra polida). Agora algumas questões para testarmos nosso conhecimento sobre pré história: Marcar verdadeiro (v) ou falso (f): ( F ) No modelo criacionista, os processos macroevolutivos são fundamentais para explicar as mudanças que ocorrem nos seres vivos. ( V ) Pinturas rupestres são marcas feitas em rochas, muitas vezes em paredes ou tetos de cavernas, que revelam cena...

6. Fases da Pré história

Segue aí um pequeno resumo sobre as fases da pré história com suas respectivas características, todas elas fazem parte do período pré histórico. Lembrando que quando é inventada a escrita, a história muda de nome, torna-se história antiga e damos adeus aos "primatas".

MESOPOTÂMIA (BABILÔNIA)

Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica. As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século XVIII a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia. Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Baseados na cultura do Sumer, os feit...