------ * Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para
teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi
atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na
invasão do Nordeste brasileiro, em 1632.
– Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal,
nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em
uma sociedade escravista
e discriminatória, traiu a elite branca?
e discriminatória, traiu a elite branca?
Os textos referem-se também a esta personagem.
Texto I: “...dos males que causou à Pátria, a História, a
inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os
séculos”
Visconde de Porto Seguro, in SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos
Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.
Texto II: “Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de
Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na
defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários
crimes praticados...“(os crimes referidos são o de contrabando e roubo).
CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
Pode-se afirmar que:
a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e
chegam às mesmas conclusões.
b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à
suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária à atitude
de Calabar.
c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de
Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao seu suposto
ato de traição.
d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição
de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar.
e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto
I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas
dessa personagem.
Analisando a questão acima temos uma noção da importância da invasão holandesa, tanto para os Batavos como para o Brasil. A busca pela produção de açúcar brasileira foi a principal causa dessa invasão, que ocorreu em duas tentativas. Quando da tomada de Olinda, os holandeses finalmente conseguiram se fixar no nordeste do Brasil Colônia, passando a controlar a exportação de açúcar para Europa.
Ocorreram também muitas melhorias estruturais no nordeste devido ao governo de Maurício de Nassau aqui no Brasil colonial. Eventualmente foram expulsos pelos portugueses, mas a cultura holandesa já havia sido assimilada pelos nordestinos.
* Periodização
Em linhas gerais, as invasões holandesas do Brasil podem ser recortadas em dois grandes períodos:
* 1624-1625 - Invasão de Salvador, na Bahia
* 1630-1654 - Invasão de Recife e Olinda, em Pernambuco
o 1630-1637 - Fase de resistência ao invasor
o 1637-1644 - Administração de Maurício de Nassau
o 1644-1654 - Insurreição pernambucana
* 1630-1654 - Invasão de Recife e Olinda, em Pernambuco
o 1630-1637 - Fase de resistência ao invasor
o 1637-1644 - Administração de Maurício de Nassau
o 1644-1654 - Insurreição pernambucana
* Consequências
Em consequência das invasões ao nordeste do Brasil, o capital neerlandês passou a dominar todas as etapas da produção de açúcar, do plantio da cana-de-açúcar ao refino e distribuição. Com o controle do mercado fornecedor de escravos africanos, passou a investir na região das Antilhas.
A açúcar produzido nessa região tinha um menor custo de produção devido, entre outros, à isenção de impostos sobre a mão-de-obra (tributada pela Coroa portuguesa) e ao menor custo de transporte. Sem capitais para investir, com dificuldades para aquisição de mão-de-obra e sem dominar o processo de refino e distribuição, o açúcar português não consegue concorrer no mercado internacional, mergulhando a economia do Brasil em crise que atravessará a segunda metade do século XVII até à descoberta de ouro nas Minas Gerais.
- Nassau e suas medidas:
Preocupado em ter seu governo legitimado pelos colonos que estavam sob o seu domínio, Maurício de Nassau capitaneou um expressivo projeto de reforma urbanística. Instituiu a modernização do espaço urbano da cidade de Recife com a realização de várias construções de fundamental importância. De fato, a transformação daquele espaço foi acompanhada por várias outras medidas que demonstravam uma sensível diferença em relação à antiga administração lusitana.
Os holandeses permitiram que o comércio fosse livremente realizado naquelas regiões que tivessem recebido financiamento para a construção de engenhos. Com relação à prática religiosa, permitiram que qualquer tipo de crença fosse livremente exercido. Em consequência a tal política, foi nessa época que a primeira sinagoga judaica foi construída no território colonial americano, na cidade de Recife.
Outra interessante medida adotada pela política empregada por Maurício de Nassau envolveu a organização de missões artísticas e científicas que deveriam catalogar e registrar o espaço dominado pela Holanda. Nomes de grande expressão do cenário artístico-científico europeu, como Georg Marggraf, Frans Post e Albert Eckhout, realizaram um amplo leque de registros da fauna e da flora regionais.
Os holandeses permitiram que o comércio fosse livremente realizado naquelas regiões que tivessem recebido financiamento para a construção de engenhos. Com relação à prática religiosa, permitiram que qualquer tipo de crença fosse livremente exercido. Em consequência a tal política, foi nessa época que a primeira sinagoga judaica foi construída no território colonial americano, na cidade de Recife.
Outra interessante medida adotada pela política empregada por Maurício de Nassau envolveu a organização de missões artísticas e científicas que deveriam catalogar e registrar o espaço dominado pela Holanda. Nomes de grande expressão do cenário artístico-científico europeu, como Georg Marggraf, Frans Post e Albert Eckhout, realizaram um amplo leque de registros da fauna e da flora regionais.
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